Qual a diferença entre machismo e feminismo?
Machismo é um comportamento fundamentado na compreensão de que os homens são superiores às mulheres. O feminismo é um movimento social, político e filosófico que se opõe a essa concepção e visa a igualdade entre os gêneros.
O machismo baseia-se na cultura patriarcal que associa à figura do pai a uma liderança, que pode ser transposta para todas as áreas do desenvolvimento social. Assim, pela concepção machista, a mulher desempenha um papel de subalternidade em relação ao homem, servindo e obedecendo.
Entretanto, o feminismo tem em consideração que os indivíduos são iguais dentro de uma sociedade, não possuindo nenhum tipo de determinação biológica que imponha uma hierarquia.
O feminismo aponta para a necessidade de discussão sobre o desempenho destes papéis em vista da construção de uma sociedade mais justa. Opõe-se ao machismo, mas não é o seu contrário, não tem como objetivo a submissão dos homens.
O machismo sustentado pela dominação masculina busca desenvolver a ideia de diferenciação, hierarquização e submissão das mulheres. O feminismo visa a equidade (igualdade de direitos e respeito às diferenças identitárias) e a justiça social.
O que é machismo?

O machismo é o desenvolvimento de uma estrutura social que supervaloriza os atributos de masculinidade e os define como parâmetros para o desenvolvimento da sociedade. Estabelece um ideal de macho (daí "machismo"), toma-o como meta e impõe seu comportamento aos homens.
Deste modo, as mulheres passam a ser compreendidas como objeto e uma mera negação do conceito de homem (mulher = não-homem), retirando seu caráter subjetivo.
Por essa concepção, o machismo reforça o papel do homem como líder, determinado pela natureza ao desempenho de posições privilegiadas e de comando dentro da sociedade.
O que é feminismo?

O feminismo apresenta-se como uma reação à dominação masculina desenvolvida ao longo da história. Busca alcançar direitos que possam tornar a sociedade mais igual para ambos os gêneros.
Possui fases distintas, tendo como marco inicial a revolução francesa e as mudanças que alteraram o papel social desempenhado pelas mulheres.
Em seu início, o movimento feminista estava relacionado à aquisição de direitos políticos e sobre a questão do direito ao trabalho.
No início do século XX, os movimentos feministas lutaram e obtiveram ganhos relevantes no que toca aos direitos políticos. Os diversos movimentos sufragistas alcançaram o direito ao voto e a participação política em todo mundo.
No Brasil, o voto feminino foi conquistado em 1932 e regulamentado em 1934.
Desde então, o feminismo passou por diversas períodos, tendo uma importante estruturação como movimento social a partir da publicação do livro O Segundo Sexo, de Simone de Beauvoir. As questões relacionadas à sexualidade tornam-se mais presentes.
Os movimentos feministas surgidos na década de 1990 mostram-se como uma importante luta por mudança social e igualdade entre os gêneros.
Atualmente, a luta das mulheres pode diferir em alguns de seus pontos, dando origem a diversas correntes de pensamento e de atuação.
Dentro dessa concepção, destacam-se:
- Feminismo Interseccional
- Feminismo Negro
- Feminismo Radical
- Feminismo Marxista
- Feminismo Liberal
- Feminismo Lésbico
- Feminismo Libertário
- Transfeminismo
Machismo e violência contra a mulher

Outra importante discussão acerca do machismo é a questão da violência de gênero.
A cultura patriarcal que fundamenta o machismo assume a visão da masculinidade como fonte de privilégios e base para a subordinação da mulher.
Assim, produz efeitos que são manifestados através da violência simbólica (objetificação do corpo feminino, submissão, subalternidade, desigualdade de direitos e acessos, etc.) e da violência física (estupro, assédio, violência doméstica, feminicídio, etc.).
Segundo o relatório divulgado em 2019 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública juntamente com o Datafolha:
- 27,4% (16 milhões) das brasileiras com 16 anos ou mais sofreram algum tipo de violência num período de 12 meses;
- 37,1% (22 milhões) das brasileiras da mesma faixa etária foram vítimas de assédio no mesmo período;
- 76,4% das mulheres que sofreram violência afirmam que o agressor era alguém conhecido.
Em 2017, 1.133 mulheres foram vítimas de feminicídio (mortas por serem mulheres).
O Ligue 180 é uma linha para o atendimento e denúncia dos casos de violência contra a mulher.
Veja também a diferença entre: